Como Melhorar a Qualidade de Processos: Guia Completo de Ferramentas e Metodologias

Qualidade de Processos

Introdução à Melhoria da Qualidade de Processos

A melhoria da qualidade de processos é o conjunto de abordagens sistemáticas que visa otimizar, simplificar e aumentar a eficiência dos fluxos de trabalho em uma organização. Em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo, a capacidade de melhorar continuamente a qualidade de processos tornou-se um diferencial competitivo essencial. Processos otimizados não apenas reduzem custos operacionais, mas também aumentam a satisfação do cliente, melhoram a qualidade do produto ou serviço final, e proporcionam maior agilidade para adaptação às mudanças do mercado.

A jornada para a excelência na melhoria da qualidade de processos envolve identificar oportunidades, analisar causas-raiz de problemas, implementar soluções eficazes e monitorar resultados de forma contínua. Esta abordagem estruturada, quando bem executada, transforma organizações, elevando-as a novos patamares de desempenho. Como destacado no Manual da Qualidade, organizações que dominam a melhoria da qualidade de processos conseguem resultados significativamente superiores em indicadores-chave de desempenho operacional e financeiro.

Quais Ferramentas Usar para Análise e Melhoria de Processos

Ferramentas Básicas da Qualidade

As sete ferramentas básicas da qualidade formam o alicerce para a melhoria da qualidade de processos:

1. Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa)

Também conhecido como diagrama “espinha de peixe”, esta ferramenta visual mapeia todas as possíveis causas de um problema, organizadas em categorias como método, máquina, mão-de-obra, materiais, medição e meio ambiente (6Ms).

Como aplicar:

  1. Identifique claramente o problema (efeito)

Determine as principais categorias de causas

  1. Realize brainstorming para identificar causas potenciais em cada categoria

Analise e priorize as causas mais prováveis

Exemplo prático:

Uma empresa de manufatura de eletrônicos enfrentava alta taxa de retrabalho em placas de circuito impresso. Utilizando o diagrama de Ishikawa, identificaram que a principal causa era a variação na temperatura de solda (categoria “máquina”), levando à implementação de controles mais rigorosos que reduziram o retrabalho em 67%.

2. Gráfico de Pareto

Baseado no princípio 80/20, este gráfico de barras ordenado identifica os “poucos vitais” entre os “muitos triviais”, mostrando quais problemas devem ser priorizados.

Como aplicar:

  1. Colete dados sobre problemas/defeitos
  2. Categorize e conte a frequência de cada tipo
  3. Ordene em ordem decrescente
  4. Calcule percentuais acumulados
  5. Construa o gráfico com barras e linha de percentual acumulado

Exemplo prático:

Uma empresa de software analisou 245 bugs reportados em um mês e descobriu que 78% eram causados por apenas 3 dos 12 módulos do sistema. Ao priorizar a correção desses módulos, conseguiram reduzir bugs reportados em 65% no mês seguinte.

3. Histograma

Esta representação gráfica da distribuição de dados mostra a frequência de valores em intervalos específicos, permitindo visualizar a dispersão, tendência central e formato da distribuição.

Como aplicar:

  1. Determine o intervalo dos dados (máximo – mínimo)
  2. Divida em classes de igual amplitude
  3. Conte a frequência de dados em cada classe
  4. Construa o gráfico de barras

Benefícios para melhoria de processos:

  • Identifica variabilidade excessiva
  • Revela se o processo está centrado no valor alvo
  • Mostra se a distribuição é normal ou apresenta anomalias

4. Gráfico de Controle

Ferramenta estatística que monitora a estabilidade de processos ao longo do tempo, identificando variações normais (causas comuns) e anormais (causas especiais).

Como implementar:Selecione a característica a monitorar

  1. Colete dados em subgrupos ao longo do tempo
  2. Calcule médias e amplitudes de cada subgrupo
  3. Estabeleça limites de controle (±3σ)
  4. Plote os dados e analise padrões

Quando utilizar:

  • Para monitorar características críticas de qualidade
  • Para verificar se melhorias implementadas mantêm-se estáveis
  • Para detectar precocemente desvios no processo

5. Folha de Verificação

Documento estruturado para coleta sistemática de dados, facilitando a posterior análise.

Tipos comuns:

  • Folha de verificação para distribuição de processo
  • Folha de verificação para defeitos
  • Folha de verificação para localização de defeitos
  • Folha de verificação para causas de defeitos

Dica prática:

Desenhe a folha de verificação pensando na análise posterior – a coleta deve facilitar a entrada direta em outras ferramentas como Pareto ou histogramas.

6. Diagrama de Dispersão

Gráfico que mostra a relação entre duas variáveis, ajudando a identificar correlações.

Aplicações na melhoria de processos:

  • Verificar se alterações em um parâmetro afetam outro
  • Confirmar relações causa-efeito sugeridas em análises prévias
  • Identificar parâmetros ótimos de processo

Exemplo prático:

Uma indústria química utilizou diagrama de dispersão para correlacionar temperatura de reação e pureza do produto final, identificando a faixa ideal de temperatura que maximizava qualidade.

7. Fluxograma

Representação gráfica de um processo, mostrando sequências de atividades, decisões e fluxos.

Principais benefícios:

  • Clarifica visualmente o processo atual
  • Facilita identificação de etapas redundantes
  • Ajuda a localizar pontos potenciais de falha
  • Estabelece base para padronização

Como explicado no Manual da Qualidade, estas ferramentas básicas resolvem até 95% dos problemas de qualidade quando aplicadas corretamente.

Ferramentas Avançadas para Melhoria da Qualidade de Processos

Além das ferramentas básicas, metodologias mais sofisticadas podem potencializar a melhoria da qualidade de processos:

1. Mapeamento de Fluxo de Valor (VSM)

O VSM é uma ferramenta visual que mapeia todo o fluxo de materiais e informações necessários para entregar um produto ou serviço ao cliente.

Etapas de implementação:

  1. Selecione uma família de produtos

Desenhe o estado atual usando símbolos padronizados

  1. Identifique desperdícios e oportunidades
  2. Projete o estado futuro
  3. Desenvolva plano de implementação

Métricas relevantes:

  • Lead time total
  • Tempo de processamento
  • Tempo de valor agregado vs. não agregado
  • Níveis de estoque em processo
  • Tempo de setup

2. FMEA (Análise de Modos e Efeitos de Falha)

Metodologia para identificar potenciais falhas em processos antes que ocorram.

Componentes essenciais:

  • Severidade (S): Impacto da falha
  • Ocorrência (O): Probabilidade da falha acontecer
  • Detecção (D): Probabilidade de detectar a falha antes que chegue ao cliente
  • RPN (Número de Prioridade de Risco) = S × O × D

Quando aplicar:

  • No desenvolvimento de novos processos
  • Antes de mudanças significativas em processos existentes
  • Para processos críticos com histórico de problemas

3. Design of Experiments (DOE)

Abordagem estatística para determinar a relação entre fatores que afetam o processo e seu resultado.

Benefícios na melhoria de processos:

  • Identifica parâmetros ótimos de processo
  • Reduz número de testes necessários
  • Revela interações entre múltiplos fatores
  • Cria processos robustos, menos sensíveis a variações

Exemplo prático:

Uma empresa de alimentos utilizou DOE para otimizar simultaneamente 4 parâmetros de cozimento (temperatura, tempo, umidade e velocidade de esteira), conseguindo reduzir variabilidade do produto final em 62% com apenas 16 experimentos.

4. Análise de Capacidade de Processo

Metodologia estatística que compara a performance de um processo com suas especificações.

Principais índices:

  • Cp: Índice de capacidade potencial
  • Cpk: Índice de capacidade real considerando centralização
  • Pp e Ppk: Índices de performance para dados não normais ou instáveis

Interpretação prática:

  • Cpk < 1,0: Processo incapaz (produz defeitos)
  • 1,0 ≤ Cpk < 1,33: Marginalmente capaz
  • 1,33 ≤ Cpk < 1,67: Satisfatório
  • Cpk ≥ 1,67: Excelente

Para uma análise aprofundada sobre implementação destas ferramentas avançadas, o Manual da Qualidade oferece orientações detalhadas e exemplos práticos.

Como Identificar Gargalos em Processos Produtivos

Gargalos são pontos de restrição que limitam a capacidade total do sistema e, portanto, representam alvos prioritários para melhoria da qualidade de processos. Sua identificação adequada é crucial para direcionar esforços de melhoria.

Métodos para Identificação de Gargalos

1. Análise de Capacidade por Etapa

Compare a capacidade produtiva teórica de cada estágio do processo:

Metodologia:

  1. Liste todos os processos na sequência de produção
  2. Determine a capacidade máxima de cada etapa (unidades/hora)
  3. Identifique a etapa com menor capacidade – este é seu principal gargalo
  4. Calcule o impacto do gargalo na capacidade total

Exemplo prático:

Uma linha de montagem de eletrodomésticos tinha as seguintes capacidades por hora:

  • Preparação de gabinetes: 120 unidades
  • Montagem de componentes internos: 85 unidades
  • Teste funcional: 150 unidades
  • Embalagem: 200 unidades

O gargalo está na “montagem de componentes internos” (85 unidades/hora), limitando toda a linha.

2. Análise de Estoque em Processo (WIP)

O acúmulo de material antes de uma etapa frequentemente indica um gargalo.

Sinais a observar:

  • Estoques intermediários consistentemente altos antes de determinada etapa
  • Equipamentos ou operadores posteriores frequentemente ociosos
  • Expedição constante para “alimentar” certa etapa do processo

Dica prática:

Caminhe pelo chão de fábrica em intervalos regulares e observe onde o material se acumula consistentemente. Esta observação visual pode rapidamente revelar gargalos.

3. Estudo de Tempos e Movimentos

Análise detalhada dos tempos de cada operação para identificar ineficiências.

Etapas de execução:Divida o processo em elementos mensuráveis Cronometre múltiplos ciclos de cada elemento Determine o tempo padrão considerando tolerâncias Compare com o takt time (ritmo determinado pela demanda)

Benefícios adicionais:

  • Identifica variações significativas na execução da mesma tarefa
  • Revela oportunidades para padronização
  • Proporciona base objetiva para balanceamento de operações

4. Análise de Utilização de Equipamentos

Métricas como OEE (Overall Equipment Effectiveness) revelam a verdadeira utilização de equipamentos.

Componentes do OEE:

  • Disponibilidade: Tempo real de operação ÷ Tempo planejado
  • Performance: Velocidade real ÷ Velocidade ideal
  • Qualidade: Unidades boas ÷ Unidades totais produzidas

Como identificar gargalos:

  • Equipamentos com alta disponibilidade mas baixa performance frequentemente indicam gargalos a jusante
  • Equipamentos com baixa disponibilidade devido a esperas são sintomas de gargalos a montante

5. Simulação de Processos

Utilizando softwares especializados, pode-se modelar o processo inteiro e identificar gargalos em diferentes cenários.

Vantagens:

  • Testa múltiplos cenários sem intervir no processo real
  • Identifica gargalos flutuantes que mudam conforme mix de produtos
  • Quantifica impacto de melhorias antes da implementação

Exemplo prático:

Uma empresa de bebidas utilizou simulação computacional para modelar sua linha de envase e descobriu que, embora a enchedora fosse o gargalo principal na maioria das situações, durante a produção de embalagens menores, o gargalo mudava para a rotuladora. Esta descoberta levou à implementação de soluções específicas para cada cenário.

Estratégias para Superação de Gargalos

Uma vez identificados, os gargalos devem ser tratados como prioridade na melhoria da qualidade de processos:Aumente a capacidade do gargalo:

  • Adicione recursos (equipamentos, pessoal)
  • Reduza tempos de setup (SMED)
  • Elimine microparadas
  • Implemente manutenção preventiva para maximizar disponibilidade
  1. Reduza a carga no gargalo:
    • Reavalie especificações de produto para simplificar processamento
    • Redirecione parte da produção para processos alternativos
    • Terceirize componentes que passam pelo gargalo
  2. Proteja o gargalo:
    • Implemente buffers estratégicos antes do gargalo
    • Priorize manutenção preventiva neste equipamento
    • Treine operadores adicionais para evitar paradas por ausência
  3. Subordine o sistema ao gargalo:
    • Sincronize ritmo de processos anteriores ao gargalo
    • Implemente sistemas puxados para evitar sobrecarga

Como detalhado no Manual da Qualidade, tratar adequadamente os gargalos pode aumentar a capacidade produtiva sem investimentos significativos em novos equipamentos.

Qual a Relação entre Mapeamento de Processos e Qualidade

O mapeamento de processos e a qualidade têm uma relação simbiótica, onde um potencializa o outro na jornada de melhoria da qualidade de processos.

Como o Mapeamento Contribui para a Qualidade

1. Visibilidade e Transparência

O mapeamento torna visível o que antes era tácito ou obscuro:

  • Revela complexidades desnecessárias: Visualizando o fluxo completo, identificam-se rotas tortuosas e redundantes
  • Expõe atividades sem valor agregado: Distingue claramente etapas que agregam valor daquelas que não agregam
  • Clarifica responsabilidades: Define precisamente quem é responsável por cada atividade

Caso prático:

Uma companhia de seguros mapeou seu processo de sinistros e descobriu que um formulário passava por 8 departamentos diferentes antes da aprovação final, quando apenas 3 realmente agregavam valor à análise. A reorganização do fluxo reduziu o tempo médio de processamento de 15 para 4 dias.

2. Padronização e Consistência

Processos mapeados são a base para a padronização, componente essencial da qualidade:

  • Reduz variabilidade: Executar o processo sempre da mesma forma diminui variações nos resultados
  • Facilita treinamentos: Novos colaboradores aprendem mais rapidamente com processos visuais
  • Estabelece referência: Cria uma linha base para comparação e melhoria

3. Identificação de Riscos e Oportunidades

O mapeamento detalhado permite análise crítica:

  • Pontos de controle: Identifica onde controles de qualidade devem ser implementados
  • Pontos de falha potencial: Revela onde problemas podem ocorrer
  • Redundâncias e ineficiências: Mostra onde o mesmo trabalho é feito múltiplas vezes

Estatística relevante:

Segundo estudo da ABPMP (Association of Business Process Management Professionals), organizações que implementam mapeamento de processos antes de iniciativas de melhoria têm 64% mais chances de atingir os objetivos de qualidade propostos.

4. Base para Automação e Transformação Digital

Processos bem mapeados são pré-requisito para automação eficaz:

  • Elimina ineficiências antes da automação: Evita “automatizar o caos”
  • Identifica candidatos ideais para automação: Revela atividades repetitivas de baixo valor agregado
  • Facilita especificação de requisitos: Traduz necessidades de negócio para equipes técnicas

Níveis de Mapeamento para Qualidade

Para uma melhoria da qualidade de processos eficaz, três níveis complementares de mapeamento devem ser considerados:

1. Macroprocessos (Visão End-to-End)

Mostra a interconexão entre grandes blocos de processos e departamentos:

  • Benefícios para qualidade: Revela handoffs problemáticos entre departamentos, frequentemente origem de erros
  • Ferramentas recomendadas: SIPOC, Cadeia de Valor, Diagrama de Blocos
  • Quando utilizar: No início de programas abrangentes de melhoria de qualidade

2. Processos (Visão Operacional)

Detalha a sequência de atividades, decisões e fluxos:

  • Benefícios para qualidade: Identifica redundâncias, loops e caminhos críticos
  • Ferramentas recomendadas: Fluxogramas, Swimlane Diagrams, BPMN
  • Quando utilizar: Para análise detalhada e redesenho de processos específicos

3. Instruções de Trabalho (Visão Detalhada)

Documenta precisamente como cada atividade deve ser executada:

  • Benefícios para qualidade: Garante consistência na execução, essencial para qualidade
  • Ferramentas recomendadas: SOPs (Procedimentos Operacionais Padrão), Diagramas de Trabalho Padronizado
  • Quando utilizar: Para treinamento, auditoria e padronização de atividades críticas

O Manual da Qualidade apresenta metodologias detalhadas para implementação e integração destes três níveis, garantindo cobertura completa para iniciativas de melhoria da qualidade de processos.

Como Aplicar Melhoria Contínua (Kaizen) em Processos

O Kaizen, filosofia japonesa de melhoria contínua, é um pilar fundamental para a melhoria da qualidade de processos. Seu princípio básico é que pequenas melhorias incrementais, realizadas consistentemente por todos, geram resultados significativos ao longo do tempo.

Princípios Fundamentais do Kaizen

Para implementar efetivamente o Kaizen na melhoria da qualidade de processos, é essencial compreender seus princípios:

1. Descartar Ideias Preconcebidas

O Kaizen inicia-se com a disposição de questionar o status quo:

  • Perguntar “por quê?” cinco vezes: Técnica para chegar à causa raiz de problemas
  • Desafiar padrões estabelecidos: Questionar se “sempre foi feito assim” ainda faz sentido
  • Adotar mentalidade de principiante: Observar processos como se fosse a primeira vez

2. Pensar em Como Fazer, Não em Por Que Não Pode Ser Feito

O foco deve estar na solução, não nos obstáculos:

  • Eliminar “não pode” do vocabulário: Substituir por “como podemos”
  • Considerar restrições como desafios: Transformar limitações em oportunidades de inovação
  • Experimentar antes de julgar: Testar ideias antes de descartá-las

3. Não Buscar a Perfeição Imediata

O Kaizen valoriza progresso consistente sobre perfeição instantânea:

  • Implementar melhorias parciais imediatamente: Não esperar pela solução perfeita
  • Seguir ciclo PDCA: Planejar, Fazer, Checar, Agir – repetidamente
  • Celebrar pequenas vitórias: Reconhecer e recompensar melhorias incrementais

4. Corrigir Erros Imediatamente

Problemas devem ser tratados assim que identificados:

  • Parar e corrigir na fonte: Evitar passar defeitos adiante
  • Implementar contenção rápida: Minimizar impacto enquanto solução permanente é desenvolvida
  • Documentar aprendizados: Garantir que o mesmo erro não se repita

5. Envolver Todos

O Kaizen é responsabilidade de todos na organização:

  • Empoderar funcionários da linha de frente: Quem executa o trabalho conhece melhor os problemas
  • Criar mecanismos de sugestão eficazes: Sistemas que realmente implementam ideias propostas
  • Democratizar ferramentas de melhoria: Treinar todos nos métodos básicos de resolução de problemas

Implementação Prática do Kaizen

1. Eventos Kaizen (Kaizen Blitz)

Intervenções focadas e intensivas para melhorar áreas específicas:

Estrutura típica:

  1. Preparação (1-2 semanas antes):
    • Definir escopo e objetivos claros
    • Coletar dados iniciais
    • Formar equipe multifuncional
    • Treinar participantes em ferramentas básicas
  2. Execução (3-5 dias):
    • Dia 1: Treinamento e análise do estado atual
    • Dia 2: Identificação de problemas e causas raiz
    • Dia 3: Desenvolvimento de soluções
    • Dia 4: Implementação de melhorias
    • Dia 5: Padronização e plano de sustentação
  3. Acompanhamento (30-90 dias após):
    • Verificar sustentação das melhorias
    • Refinar soluções conforme necessário
    • Documentar aprendizados
    • Celebrar resultados

Exemplo prático:

Uma fábrica de produtos eletrônicos realizou um evento Kaizen de 5 dias focado no setup de uma linha de produção. O tempo de troca entre produtos foi reduzido de 45 para 12 minutos, aumentando a capacidade produtiva em 15% sem investimentos significativos.

2. Sistema de Sugestões Kaizen

Mecanismo estruturado para capturar e implementar ideias de melhoria de todos os colaboradores:

Elementos-chave para sucesso:

  • Simplicidade no processo: Formulários simples, baixa burocracia
  • Feedback rápido: Resposta em 24-48 horas sobre viabilidade
  • Implementação ágil: 70% das sugestões implementadas em 2 semanas
  • Reconhecimento visível: Celebração pública de contribuições
  • Acompanhamento de métricas: Número de sugestões, taxa de implementação, benefícios gerados

Caso de sucesso:

Uma empresa japonesa de autopeças implementou um sistema de sugestões que gerou média de 28 ideias por funcionário por ano, com taxa de implementação de 85%. O impacto financeiro médio por sugestão foi modesto (aproximadamente $150), mas o volume resultou em economia anual superior a $4 milhões.

3. Gestão Visual para Kaizen

Ferramentas visuais que tornam problemas e melhorias imediatamente aparentes:

Práticas eficazes:

  • Quadros de melhoria contínua: Exibem problemas, contramedidas e resultados
  • Andons: Sinais visuais que indicam anormalidades no processo
  • Controles visuais: Tornam desvios de padrão facilmente identificáveis
  • Marcações de piso e paredes: Definem claramente locais de armazenamento, rotas e áreas de trabalho
  • Dashboards de desempenho: Mostram KPIs atualizados e tendências

Benefício para melhoria contínua:

Gestão visual cria “transparência radical” – problemas não podem permanecer escondidos, acelerando sua identificação e resolução.

4. Kaizen Diário

Rotinas diárias estruturadas para incorporar melhoria contínua no trabalho cotidiano:

Níveis de implementação:Organização da equipe: Reuniões diárias, quadros de gestão visual, indicadores

  1. Organização do espaço: 5S, gestão visual, padrões de organização
  2. Padronização: Criação colaborativa de trabalho padronizado
  3. Resolução estruturada de problemas: PDCA aplicado a problemas cotidianos

Estatística relevante:

Organizações que implementam rotinas de Kaizen diário relatam redução média de 37% em problemas recorrentes após 6 meses, segundo estudo do Kaizen Institute.

O Manual da Qualidade oferece modelos e exemplos detalhados para implementação destas práticas em diferentes contextos organizacionais.

7 Ferramentas da Qualidade: O Que São, Como Usar e Exemplos Práticos

Quais Erros Mais Comuns ao Tentar Melhorar Processos

Apesar das melhores intenções, muitas iniciativas de melhoria da qualidade de processos falham devido a erros comuns e armadilhas previsíveis.

Erros de Abordagem e Mentalidade

1. Foco em Ferramentas, Não em Problemas Reais

O erro: Implementar ferramentas como fim, não como meio para resolver problemas reais.

Sinais de alerta:

  • Treinamentos extensivos em ferramentas sem aplicação prática
  • Projetos iniciados para “aplicar Lean” ou “implementar Six Sigma” sem problemas específicos
  • Avaliação de sucesso baseada em número de ferramentas implementadas

Como evitar:

  • Começar sempre com problemas específicos que impactam clientes ou resultados de negócio
  • Selecionar ferramentas apropriadas para o problema, não o contrário
  • Mensurar sucesso por resultados tangíveis, não por implementação de metodologias

2. Buscar Soluções Complexas para Problemas Simples

O erro: Superdimensionar iniciativas de melhoria, aplicando métodos sofisticados onde soluções simples seriam suficientes.

Consequências:

  • Desperdício de recursos
  • Resistência aumentada devido à complexidade percebida
  • Implementação prolongada que atrasa benefícios

Como evitar:

  • Seguir princípio da parcimônia: começar com a solução mais simples possível
  • Escalar abordagem apenas se soluções simples mostrarem-se insuficientes
  • Usar prova de conceito rápida para validar soluções antes de implementação completa

3. Negligenciar o Fator Humano

O erro: Focar excessivamente em processos e tecnologia, esquecendo que pessoas são fundamentais para o sucesso.

Manifestações comuns:

  • Mudanças impostas sem envolvimento dos afetados
  • Comunicação insuficiente sobre razões e benefícios esperados
  • Falta de treinamento adequado nas novas formas de trabalho

Estatística alarmante:

70% das iniciativas de melhoria de processos falham devido a fatores humanos e culturais, não técnicos, segundo pesquisa da McKinsey.

Como evitar:

  • Envolver colaboradores desde o início na identificação de problemas
  • Criar senso de propriedade através de participação no desenvolvimento de soluções
  • Investir tempo explicando “por quê” antes do “como”
  • Identificar e engajar líderes informais como agentes de mudança

Inteligência Artificial na Qualidade: Revolucione Seus Padrões e Alcance a Perfeição!

Erros de Execução e Implementação

1. Não Estabelecer Linha de Base Clara

O erro: Iniciar melhorias sem medir adequadamente a situação atual.

Problemas resultantes:

  • Incapacidade de demonstrar benefícios reais
  • Dificuldade em ajustar abordagens quando resultados são insatisfatórios
  • Perda de credibilidade por falta de evidências de sucesso

Como evitar:

  • Documentar meticulosamente métricas-chave antes de iniciar mudanças
  • Utilizar dados históricos quando disponíveis
  • Estabelecer múltiplas métricas que capturem diferentes aspectos (qualidade,

Principais Mudanças da ISO 9001:2024 em Relação à 2015

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